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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Brasil registra recorde de intoxicações por medicamentos


O último relatório da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), ainda não publicado, revela que as intoxicações por remédio bateram recorde. Em todo País, foram 32.884 casos diagnosticados, uma média de três ocorrências por hora.

São Paulo lidera a lista, com 41% dos casos (13.471). Desde o ano 2000, é a primeira vez que o número supera a marca das 10 mil reações. Os dados foram coletados em 2006. As primeiras informações apontam aumento de 30% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 25.179 casos no Brasil.

Para especialistas, um dos motivos que explicam o aumento de intoxicação também justifica a posição do Estado no topo do ranking brasileiro. Quanto melhor o sistema de notificação, maior a estatística. É consenso entre as entidades de saúde que a proliferação de usuários intoxicados por remédios resulta do consumo excessivo, falta de conhecimento sobre as contra-indicações e automedicação
"A cultura de automedicação no Brasil é perversa. Farmácias vendem remédios como qualquer mercadoria", lamenta Francisco Júnior, presidente do Conselho Nacional de Saúde. Outro agravante foi identificado no estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Na avaliação de 19 embalagens de remédios, alguns deles de tarja preta, foi constatado que as bulas têm informações incompletas e até incentivam a automedicação. "Na maioria, não constavam todas as contra-indicações, algumas até ignoravam a necessidade de recomendação médica ", fala a coordenadora do Idec, Karina Grou.

Orientação

Para o médico Antônio Barbosa Silva, do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos, a orientação clínica é ignorada pela maior parte das farmácias. "E as medicações são comercializadas antes de estudos consistentes. Os brasileiros acabam como cobaias da indústria farmacêutica."
Em um estudo com 776 famílias, a pesquisadora da Unicamp Francis Tourinho concluiu que quase 60% das crianças e adolescentes são adeptos da automedicação. "Diante da dificuldade para conseguir consulta no serviço público, o doente muitas vezes não encontra outra solução além de tomar remédio por conta própria", diz ela que constatou que a prática é 1,5 vez maior em usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

fonte: Agência Estado


domingo, 27 de julho de 2008

Medicamentos: bênção ou maldição?


Nos últimos anos, os efeitos colaterais graves — freqüentemente mortais — de numerosos medicamentos considerados inofensivos vieram a público e provocaram considerável intranqüilidade e insegurança na população.

Não existe medicamento sem efeitos colaterais
No 24º Congresso de Medicina Atual de Stuttgart, o Dr. Paris, diretor do Conselho de Medicina de Nordwürttemberg, admitiu que não existe medicamento sem efeitos colaterais. Essa constatação é, na verdade, conhecida por todos os médicos mas, pela primeira vez, foi anunciada por uma autoridade médica e comentada na imprensa. Pela primeira vez, o Ministério Público de Stuttgart está questionando médicos devido à prescrição prolongada de analgésicos, soníferos e tranqüilizantes e à dependência provocada por esse tratamento. Paris também anunciou processos contra médicos que prescrevem medicamentos desnecessariamente. Com isso, está se rompendo um tabu: procura-se impedir a prescrição excessiva, da qual também participam a indústria farmacêutica (que gasta anualmente bilhões em propaganda) e os doentes, que constantemente exigem novos produtos. Processos judiciais por medicação crônica com produtos contra reumatismo, laxantes, cortisonas e outros virão a seguir. Os médicos deverão reavaliar sua relação com os medicamentos e refletir sobre benefícios e prejuízos. Deverão estudar até que ponto os medicamentos podem ser substituídos por medidas dietéticas e outras terapias naturais e inofensivas.

Fonte:Helmut WagnerDer Naturarzt” nº 12 de 1990. Dr. Wagner é autor de diversos livros como “Ernährung als Krankheits — und Heilfaktor” (Alimentação como fator de doença e cura).